"Meu caminho é por mim fora."

21/09/2013

Foi ser feliz


9.6.2011

Ele chegou, amigo com a felicidade na algibeira, num dia comum de Outono. Ao contrário de todos os outros não cheirava a perfume, trazia os aromas da infância e nos seus lábios o sorriso sincero de amigo esquecido na memória. Mãos nos bolsos, roupa singela no corpo franzino, o Sol enchia os seus cabelos e inundava a minha alma de vento, o vento que quase me permitia voar. A sua face preenchida de luz chamou a minha atenção para as suas histórias de mundos longínquos, ele já viajara até o inimaginável e eu ouvia-o com a mente cheia dos mais coloridos pensamentos. Os amigos viajam sempre por este mundo inteiro, mas voltam sempre para casa.

A minha mão enrugada pousou na manita jovem dele, é fantástico como depois de tanto tempo ele permanecia… assim, tão novo!  Nada nele mudou. O grande amigo que gostava de escrever histórias de aventuras, o amigo que tinha uma cadelinha de nome Lucy, o amigo que já era mais que irmão e esperava as noites para montar as estrelas. Com ele aprendi o valor de uma amizade. Nunca me esqueci do seu significado, enquanto fico a baloiçar no banco… ele havia dito que quando a velhice chegasse haveria de chegar a solidão, agora acontece sempre. Mas ele foi ser feliz e eu fiquei não muito longe da casa materna. Voltou décadas depois, voltou tão novo como aquando a sua partida. Agora me arrependo, amigo, de não te ter seguido! Talvez pudéssemos encontrar a juventude eterna, juntos. Sei que não pôde traze-la numa caixinha mágica, mas sei também a satisfação que sinto dentro do peito.  

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